Sobre o projeto
O Atlas tem como principal objetivo fornecer informações sistematizadas relacionadas às ocorrências de desastres e aos danos e prejuízos decorrentes. Foi inicialmente criado por meio de uma cooperação técnica entre o Banco Mundial e a Universidade de Santa Catarina, por meio do Centro de Estudos e Pesquisas em Engenharia e Defesa Civil – Ceped/UFSC.
A partir dos dados registrados junto à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – Sedec/MIDR, e com a cooperação da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária – FAPEU, os dados foram recentemente atualizados para o ano de 2021.
Deste modo, a Sedec/MIDR oficializa os dados históricos sobre desastres no país, fornecendo fonte única e oficial, sobre a qual políticas públicas, pesquisas e outras atividades correlacionadas podem ser construídas.
Apesar de apresentar ajustes metodológicos quando comparado ao Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, esta versão digital segue as mesmas premissas básicas para a composição das informações e as mesmas fontes de dados.
O desenvolvimento de uma versão digital do Atlas, dentre várias vantagens, possibilita que os usuários realizem suas próprias consultas, alcançando uma maior capilaridade da informação e com foco em sua região de interesse. Também é possível gerar e exportar do sistema tabelas e mapas personalizados, selecionando o estado, tipo do desastre, categoria de impacto e o período de interesse por ano.
Outro ganho alcançado na versão digital é a possibilidade de atualização dos dados, seja por meio do acréscimo no período da análise como pela descoberta de novos registros ou, até mesmo, da correção dos dados já disponíveis. Neste momento, o Atlas conta com dados registrados pelos municípios no período entre 1991- 2021.
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Para quem o Atlas foi criado?
O Atlas Digital possibilita que os usuários visualizem os dados sobre desastres no Brasil de forma estruturada, em gráficos, tabelas ou em mapas, nos quais é possível observar os detalhes das ocorrências e danos associados a cada município. Espera-se também que possa ser empregado como um instrumento de apoio à tomada de decisão sobre investimentos e políticas públicas voltadas à redução de desastres. -
Como o Atlas foi desenvolvido?
Os dados utilizados para desenvolvimento do Atlas foram extraídos do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD) e tratados pela equipe técnica do Ceped/UFSC. Foram levantados 90.122 registros realizados pelos estados e municípios. O tratamento dos dados consistiu em correções da base por meio da análise gráfica, espacial e de valores extremos. Além disso, foram priorizados os documentos que levaram ao reconhecimento federal por meio da publicação de Decretos e Portarias. Ressalta-se que os dados monetários referentes aos danos materiais e prejuízos limitam-se ao período de 1995 – 2021. Os valores foram corrigidos para o ano de 2021, possibilitando a comparação direta entre os diferentes anos. Cabe ainda salientar que contribuições que busquem complementar ou corrigir a base de dados são bem-vindas pelos autores, uma vez que as séries históricas, principalmente anteriores à implementação do S2iD, podem conter lacunas em função de dados não disponíveis quando da realização da pesquisa. -
Tratamento dos dados e Limitações da pesquisa
Após a reunião de todos os registros foi desenvolvido um processo de tratamento dos dados, dividido em três etapas principais, que consistiram na verificação de ocorrências repetidas, valores extremos e análise agrupada por mesorregião. Ainda, posteriormente para validação dos resultados obtidos e do método de tratamento aplicado, a equipe técnica da Sedec/MIDR criou um Grupo de Trabalho, oficializado pela Portaria Nº 1669, de 24 de maio de 2022, que teve como principal objetivo a análise do banco de dados criado. Por meio de duas reuniões realizadas de forma online, o GT validou o processo aplicado considerando diferentes pontos de vistas e áreas de atuação. O processo de análise dos dados é complexo e sua metodologia demonstra quão trabalhosa é a sua consolidação em um formato único para tratamento. São desafios como a consideração de diferentes protocolos para registro que se alteraram ao longo do tempo, como variação do sistema de classificação dos desastres, por exemplo; a repetição de ocorrências, como seca e estiagem, em função das renovações de reconhecimento federal a cada seis meses; a verificação de valores extremos, por erros nos documentos originais ou nos processos de transcrição; e os registros por grupos de municípios, que por não apresentarem dados específicos, não aparecem nas análises em escala municipal.